O menino passarinho por Marcio Belem

Na década de 70 vivia-se um romantismo em tudo: na musica, nos relacionamentos, no futebol.
Uma era de paz e de amor tomando conta da vida das pessoas.
Mas havia no ar uma leveza insustentável de ser, titulo também de um famoso filme.
Ze rodrix, compositor famoso de musicas para Elis Regina compôs que queria uma casa no campo para viver uma sociedade utópica, e outro compositor de nome hildon dizia romanticamente que o amor sobreviveria na rua , na chuva, ou numa casinha de sape na fazenda.
Tempo onde o dinheiro não corrompia tanto as pessoas.
Época dos pontas, direita e esquerda, a cujos mais famosos que o mundo ja viu, foram Stanley Matheus da Inglaterra e garrincha, o inigualável ponta do botafogo que assinava contratos em branco sem saber nem quanto iria ganhar so pelo prazer de correr atras da bola.
Vieram cafuringa, folclórico atacante do flu que driblava muito mas cruzava pra fora e não fazia gols; também Rogério, bi campeão carioca pelo fogão em 67 e 68, que driblava igual a um bailarino mas longe de ser um dos melhores.
Em 68, surgia no botafogo zelio, um veloz driblador, porem burro igual uma porta, que ao deixar a zaga flamenguista num jogo em 67 foi trocado pelo mineiro Zequinha sem chance no rubro negro para ser bi em 68 no botafogo deixando para zelio a promessa de ser um grande jogador que nunca foi.
Depois Uri Geller, o Julio Cesar ponta esquerda do flamengo que entortava seus marcadores.
Com o tempo, foi-se o romantismo e com ele acabaram os pontas no futebol.
Ponta é aquele jogador que é capaz de driblar num espaço de um lenço, capaz de cruzar cercado por vários adversários, capaz de numa arrancada derrubar todas as retrancas, vide helinho turbo, estrela única deu uma famigerada época de falta de títulos do alvinegro da estrela solitária.
De vez em quando surge um romântico, e dos mais virtuosos mais recentes, lembramos do Ronaldinho, o gaucho, de Robinho no inicio de carreira e agora aparece Neimar no santos.
Domingo, pude rever o passado através desse menino franzino de canelas finas, que parte pra cima dos defensores, sem medo, e que conseguiu enlouquecer a defesa do olaria na chuva, na lama e no seco.
Surge no alvinegro um lampejo de craque, um projeto de ponta, uma esperança da vinda de mais um romântico do futebol.
Da alegria ver o Caio jogar.
Volto à década de 70, quando o futebol era belo e mais apreciado.
Viajo nos pensamentos e revejo alguns dribles corajosos típicos daqueles que jogam pelo prazer de se divertir.
Nascido numa cidade do interior do rio de janeiro, jogava bola na rua, no barro, no campo, no sitio, na lama, e foi ate os estados unidos estudar e deixar boquiabertos os técnicos de la.
Que não acabem com a alegria de jogar desse menino.
Que ele não seja obrigado a recuar para marcar.
Vida longa a Joel Santana que descobriu um jeito de não violentar suas características e deixá-lo a vontade para driblar seus marcadores.
Mas, ao que parece, o contrato de Joel só vai ate maio, mais um furo dessa incompetente diretoria.
E saindo Joel o que será desse menino passarinho que voa com a bola nos pés?
Com certeza continuara jogando nas ruas da Europa, nos campos da Espanha ou Itália, com chuva ou com neve, deixando-nos mais saudosos do bom e verdadeiro futebol brasileiro.
Como foi com o Maicossuel....
E como será com o Caio menino passarinho, se não tivermos mais papai Joel a orientar essa jóia rara que surge pelas bandas de General Severiano.

Comentários

  1. O caio joga muito....peguei pouquissimo da era dos pontas mas lembro do futebol cadenciado que vi quando vi o vt da final de 89...cadencia e muita tecnica....hj a gente ve correria, burduada e uma ou outro lampejo

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  2. Eh verdade, mas naum acredito que jogando o que ele ta jogando ele fique muito tempo no bota!!!

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